PENSADOR

segunda-feira, 15 de março de 2010

PENSADOR


Levantei de manhãzinha e fui pra cozinha tomar meu café
Observando o vapor sobre a xícara e a fumaça que sai pela chaminé
Eu pensei em Newton, eu pensei em Einstein.
Não entendi como é que é...

Saí para o trabalho, sempre por um atalho.
Mas naquele dia tudo que eu via, estava de certa forma interligada.
As situações completas ou falhas do meu dia a dia
Filosofando em pensamentos mais eu parecia...,
Discípulo de Arquimedes, quando chora e ri.

Navegando em ondas magnéticas, não poéticas
Na minha frente surgia, a minha namorada, a amante amada.
Todas misturadas a fumaça que saia do café que antes eu bebia.

Como bebo e como a seiva que sai do peito delas,
Morenas, Brancas, Pardas, Negras ou Amarelas.
Neste triângulo louco, fui me perdendo aos poucos
Como Pitágoras em seus catetos e sua linda hipotenusa
Tinha uma que era minha musa, de saia e blusa,
Eu gostava e gosto de tudo que ela usa.

Chegando ao trabalho a realidade me fez voltar
Aos afazeres do meu dia a dia. Ai! Como eu temia
Outra teoria do meu sábio Marx
Quando ele dia dizia que o trabalho, dignifica o homem.
E o ócio consome toda sua mocidade.
Será que é verdade?

Se eu duvido, eu penso, e eu não existo em meus devaneios.
Assim como não entendo estas equações, que misturam.
Letras e números e aprofunda-se em minhas confusões
Mas seu Renée, por favor, “descartes” essa tal possibilidades
De morrer sem entender a tal probabilidade.

Meu patrão me chama e mais uma vez reclama,
Do meu trabalho em serie.

Por favor, seu Taylor, por favor, seu Ford,
Esqueça a tal Revolução Industrial, pense como Aristóteles.
Que uma ferramenta obedeça a nossa ordem dada,
E essa desalmada sina talvez me poupasse, de morrer tão moço.
Como eu gostaria de ver as Marias, de ver as Joaquinas,
Uma em cada esquina, mas sem esse clima de vender o corpo,
Fazendo pelo espírito sem maltratar a carne, e a alma.

Por favor, seu Freud, dê uma explicação,
Quanta confusão, nesta tal sexualidade!
Vejo tantas mocinhas, lindas não concubinas,
Uma em cada esquina,
Fazendo valer o corpo e matando a alma,
E acabando a vida

Com essa política louca, eu pago poucas, das contas que tenho.
Seu Platão me ajude, tenha uma idéia, que seja diferente.
Mostre aos nossos homens gerentes,
Detentores do poder, que altere o tal.
Não me deixe morrer,
Sem conhecer, uma nota de cem, sequer,
Pra ver como é que é, levantar bem cedo
E sem segredos, tomar meu café.

Depois de um dia de trabalho. ...

Já é noite e aqui estou ainda,
No serão, na extra, o dia não finda!
Senão na minha cesta vai faltar café.
Ai será o caos, nem fumaça de manha poderei observar.
Já estou pensando que ao chegar a casa, não vai ter jantar.
Apelo para seu Betinho, que não é, nem meu vizinho,
Mas vive a me ajudar.

Boa noite, senhores, sabes que não é tão tarde,
Mas amanha bem cedo, tenho que trabalhar,
Só com meu café. Ah! E a fumaça das chaminés.
Os fantasmas rodeiam meu estomago.
Eu digo ao meu âmago para se conformar.
Temos uma esperança. Logo mais se lança
Alguém para administrar.
Porém...
Eles são homens sem coração.
Que me fascinam, em todos os quadriênios,
Mas é pura enganação.

Outro dia eu sonhei que era um Deus, certamente o do trovão.
Queria fazer chover bem lá no meu sertão.
Fazer as plantas crescerem, sem os homens sem coração.
E ai eu voltaria para o meu rincão, plantar minha roca,
Sem me preocupar com essas tais equações,
Que fazem os homens sem coração, lá no meu Congresso,
E atrasa meu regresso ao meu árido Sertão.

Por favor, seu presidente, “mece” é o gerente desta situação
Faca logo uma reunião.
De uma resposta, mesmo que seja meio sensata,
Pois essa fome mata, um trabalhador sertanejo.
Desta forma vejo em “mecê” a solução,
Muito embora de quatro em quatro janeiro
Renova minhas esperanças, de que todas aquelas promessas.
Sejam mesmo de verdade.
Mas quando chega dezembro eu nem me lembro
Do parlamentar que votei, pois lá são tantos,
Disse-me um amigo que são mais de quinhentos e três.



Gerysmar Fernandes 22/02/06