REVOLUCAO INDUSTRIAL UM MARCO PARA O MUNDO
Por Gerysmar Fernandes *
. . . E o homem, vivia no mais profundo marasmo, caçava, comia e dormia, e não pensava em crise ou se o mundo era ou não era uma bola ou uma esfera, ou quem sabe talvez tivesse forma de elipse. De repente num determinado momento descobriu o fogo e os problemas começaram. Esta importante descoberta jamais poderia se apagar.
Seus dias de tranqüilidade, de repente tornaram-se preocupações que para a época eram catastróficas, não podia deixar sua tocha se apagar. O homem começa uma era de exploração, novas descobertas, novas tribos, novos rumos, já que detentor do fogo, o que custava buscar novos caminhos.
Passou-se um período longo da descoberta do fogo até a Revolução Industrial, é claro que nesse período que vou chamá-lo de intermediário aconteceram inúmeras coisas. Mas a Revolução Industrial, com raízes fincadas na Inglaterra, Revolucionou o modo de vida das pessoas, as condições de cada cidadão, novas táticas de guerra, e em meio a toda essa avalanche de um novo despontar, o homem mudou também sua forma de ver o mundo. O que Francis Bacon (Século XIV) observava, era que, nenhum homem poderia viver no isolamento de seu mundo total, mas que “o tempo, como o espaço, tem os seus desertos e as suas solidões”, e que milhares de anos foram necessário para domesticar o cão que puxa o trenó e para dominar o fogo necessário para cozinhar os alimento e se defender do frio.
Os relatos de Bacon, observados, por Domenico de Mais, professor de Sociologia da Universidade de Roma, eram mudanças muito profunda na concepção de homem, e que o homem pós-industrial iria fazer era conquistar um novo bem-estar.
Dotados de uma enorme quantidade de escravos, os gregos e os romanos, durante os oitos séculos da sua Historia, não fizeram progresso substancial na ciência e na tecnologia. Mas o mundo deu voltas, após o moinho de vento e de água, os estribos e os arreios dos cavalos, a roca de fiar, a rotação das culturas agrícolas, a pólvoras e a imprensa, o que Bacon prevendo esse salto que o homem estava prestes a dar, sentenciou, invertendo o pensamento aristotélico, no Instauratio Magna dizia que tudo que o homem podia fazer pelo espírito já havia sido feito agora precisava pensar na filosofia, na aplicação do intelecto ás coisas concretas e ao progresso da Industria.
Os artífices espirituais e materiais dessa revolução – Frederick Taylor na Filadélfia e Henry Ford em Detroit – definiram os princípios fundamentais: a padronização dos produtos e dos processos de modo a atingir, sincronização e produção em serie. E em meio a esse novo despertar, o homem perdeu a tranqüilidade, vemos hoje: Um homem sem apego, sem tempo, sem a tranqüilidade de sua caverna, sem pensar, focado em produzir e receber em troca dinheiro (poder de aquisição). O que Aristóteles sonhava? “Uma ferramenta que obedecesse a uma ordem dada”. Veio a automatização.
O ócio, “Impossível”, pois o homem não descansa esta sempre descobrindo, esta sempre farto das velhas descobertas, e o novo é sua busca incessante.
Com essa busca incessante, o homem perdeu no amor. O erotismo está morto? (Helen Fischer), Não! Mas diminuiu. Embora a sexualidade comece muito cedo, o que esta morrendo e o tempo útil dedicado à sexualidade, ao erotismo. Isto não significa que o homem deixou de fazer sexo, talvez faca muito mais, porém sem um objetivo senão a obtenção do prazer pelo prazer.
Temos frente aos nossos olhos uma geração chamada de: Geração Coca-Cola, Geração Saúde, Geração Rock end Roll, Geração MPB, recheada de boas musicas, de boas letras, e de mentes brilhantes, se alastrando pelo nosso país. Mas com cuidado, essas mentes nunca podem se deixar levar pelos caminhos escorregadios. Eu sinto muito em não poder ter meus Ídolos como exemplo!
Não podemos deixar de registrar as trapalhadas do Congresso Nacional, com os escorregões, e quem sai esmagado é o povo brasileiro, diga se de passagem o pagamento das convocações extraordinárias no período de férias (isto é apenas uma das tantas trapalhadas.)
Gostaria, que num futuro muito próximo, não encontrasse dizeres como o que de Betinho (Herbert de Souza) proferiu: Quando eu era cristão e queria lutar contra a miséria, meu dia começava com um Padre-Nosso. Tinha fome de divindade. Hoje, ainda luto contra a miséria, mas meu dia começa com um Pão Nosso. Tenho fome de humanidade. (Reflexões para o futuro – Revista Veja - 25 anos)
Isso prolonga os sonhos de Aristóteles que pensava; dominar as ferramenta e produzir para o bem comum, em parte aconteceu, mas nossa gente morre de fome, mesmo as maquinas estando a todo vapor. Nem mesmo com a contribuição de Einstein e a Física, Freud e a Psicologia, Picasso e a pintura, Schoenberg e a musica, Joyce e a literatura, Lê Corbustier e arquitetura e Newton e sua teoria, conseguimos equacionar velhas questões e atuais problemas. Pensando num universo Brasil, temos um empecilho enorme, causador de feridas que prolongam mais e mais ainda a realização do sonho de Aristóteles. A solução para o universo Brasil, aplicar coerentemente as receitas, administrar com consciência política.
Mas continuo acreditando, sou brasileiro e não desisto nunca!
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*Gerysmar Fernandes - Licenciado e Especializado em Ensino de Matemática pela UNEMAT – Universidade do Estado de Mato Grosso
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